- Nº 1557 (2003/10/2)
Comissão para os incêndios florestais

Apurar conclusões até à Primavera

Assembleia da República
Os frutos do trabalho a desenvolver pela Comissão Eventual para os Incêndios Florestais devem ser já colhidos no próximo Verão.

Apostado nesse objectivo está o PCP que, para tanto, propôs já que a Comissão visite as áreas mais afectadas pelos fogos e promova uma audição abrangendo um amplo leque de entidades e especialistas. De entre estes, segundo a lista apresentada pela bancada comunista, estão os ministros da Administração Interna, da Agricultura e das Cidades, Ambiente e Ordenamento.
Aquela Comissão, aprovada por unanimidade na sequência de uma proposta do PCP, é presidida por Leonor Beleza, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, tendo efectuado anteontem a sua primeira reunião.
Para além dos responsáveis por aquelas pastas ministeriais, na lista de entidades a ouvir no âmbito dos trabalhos da Comissão encontram-se estruturas como o Serviço Nacional de Bombeiros e Protecção Civil, o Coordenador Nacional de Socorros, a Liga dos Bombeiros Portugueses, a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, a Associação Nacional de Municípios Portugueses, a Anafre, a Direcção Geral das Florestas, a CNA, a Federação das Associações de Produtores Florestais ou a Polícia Judiciária.
Importante para os trabalhos da Comissão e apuramento das respectivas conclusões, no entender do PCP, são ainda as opiniões de vários especialistas com investigação desenvolvida nesta temática.
«Congratulamo-nos pela instalação desta comissão e esperamos que contribua para apurar as causas que estiveram na base da vaga de incêndios deste Verão e as razões da descoordenação no seu combate», sublinhou, em declarações aos jornalistas, o deputado Lino Carvalho, um dos representantes do PCP nesta comissão.
Os incêndios registados este ano em Portugal, recorde-se, destruíram mais de 410 mil hectares, uma área quase idêntica à do distrito de Vila Real. A catástrofe no ano de 2003 superou assim o recorde de área ardida em Portugal desde que há registos, atingindo mais do dobro do anterior máximo, alcançado em 1991, com 182.486 hectares ardidos.
A bancada do PCP espera que a Comissão Eventual para os Incêndios Florestais venha a terminar os seus trabalhos e a produzir conclusões em tempo útil até (no limite) à Primavera, por forma a que no próximo Verão não se repita o drama deste ano.

PCP no terreno

O Grupo Parlamentar comunista tem em curso um programa de visitas a áreas afectadas pelos incêndios. Preparar os trabalhos da comissão eventual dos fogos florestais constitui o principal objectivo desta acção, que levou já os deputados Lino de Carvalho, Rodeia Machado, António Filipe e Luísa Mesquita, no dia 26, à Tapada de Mafra e à Serra de Montejunto.
Segunda-feira passada os locais escolhidos pela delegação comunista foram Monchique e Odemira, seguindo-se, no próximo dia 7, uma visita ao concelho de Oleiros, Castelo Branco, iniciativa esta que contará com a presença do Secretário-Geral do PCP, Carlos Carvalhas.
Da agenda destas visitas, na sequência das já realizadas em Agosto pelo líder do PCP, constam reuniões com autarcas e bombeiros locais. e com os directores da Tapada de Mafra e da área protegida da Serra de Montejunto.