- Nº 1556 (2003/09/25)
Orçamento comunitário

Quem recebe mais?

Europa
Em 2002, a Espanha, França, Alemanha e a Itália foram os quatro maiores beneficiários do orçamento da União Europeia.

Um relatório divulgado na passada semana, dia 18, pela Comissão Europeia indica que a Espanha captou 21 por cento do orçamento comunitário, mantendo a posição de principal beneficiário dos fundos comunitários conquistada em 2001, ano em que destronou a França quanto a este critério. No pódio, em 2002, os dois primeiros continuam a ser acompanhados de perto pela Alemanha na repartição do bolo comunitário que atingiu 85 mil milhões de euros, dos quais 75 mil milhões foram distribuídos pelos estados-membros.
Enquanto os fundos estruturais são a principal fonte comunitária da Espanha e da Alemanha, a França obtém o grosso das ajudas através dos subsídios à agricultura.
Em termos relativos, ou seja comparação com o produto interno bruto , a Grécia, Portugal, Irlanda e a Espanha são os países que mais verbas recebem, provenientes do fundo de coesão criado para compensar as economias menos desenvolvidas e mais pobres. Em 2002, as ajudas representaram 2,4 por cento do PIB da Grécia, 2,1 por cento do PIB de Portugal, 1,5 por cento do PIB da Irlanda e 1,3 por cento do PIB espanhol.
Depois de terem sofrido uma quebra no ano de 2001, em que o nosso país captou apenas cerca de 1790 milhões de euros, em 2002, os montantes comunitários registaram um sensível aumento atingindo cerca de 2690 milhões de euros. A Espanha e a Alemanha também aumentaram o seu nível de ajudas em relação a 2002, o primeiro através dos fundos de coesão e o segundo na sequência das inundações do ano passado que lhe permitiram antecipar pagamentos para as culturas aráveis e mobilizar importantes meios do Fundo de Solidariedade da UE.
Ao mesmo tempo que absorvem a maior parte do orçamento comunitário, os países ricos são também os maiores contribuintes. A Alemanha forneceu 22,8 por cento do orçamento da UE, seguindo pela França (18,25), Itália (14,5%) e Reino Unido (13,1%). Só estes quatro países são responsáveis pelo financiamento de mais de dois terços.
Em termos de saldos líquidos, (diferença entre as contribuições e as ajudas recebidas), em 2002, apenas os quatro países da coesão (Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda) tiveram resultados positivos. Dez estados contribuíram mais do que receberam e a Finlândia registou um equilíbrio das contas.
Porém, em relação ao PIB, o saldo líquido é mais pesado na Holanda (-0,5) e Suécia (-0,3%), seguindo-se o Luxemburgo, a Alemanha e a Itália com (-0,2%) cada. No global, as entregas dos principais países contribuintes baixaram em relação a 2001.