Era em torno do palco de Setúbal que se estendiam as esplanadas e restaurantes do espaço desta organização regional. E se esta localização privilegiada poderia contribuir para atrair mais espectadores, a qualidade de quem lá actuou justificou plenamente que por lá se fosse ficando, que foi o que aconteceu com muitos dos visitantes.
O programa era variado. Poesia, saxofones e DJ’s preencheram a noite de sexta-feira, que pareceu agradar aos muitos que por lá paravam. Quem apenas passava não conseguia evitar uma espreitadela.
O rock e a música popular portuguesa ocuparam a programação musical do segundo dia da Festa no palco de Setúbal, que contou ainda com a actuação de um grupo de expressão cultural, pintura de caras e dois debates.
No domingo, repetiu-se a pintura de caras e a música popular portuguesa teve novamente um merecido destaque. As gaitas de foles marcaram também presença, a fechar com chave de ouro três dias de cultura e animação.
No primeiro debate, ainda na manhã de sábado, Jorge Pires, José Maia e Alfredo Monteiro debateram os caminhos para mais desenvolvimento e qualidade de vida na região de Setúbal. Lembrando as propostas que o PCP defende – e como se tem batido por elas –, os oradores lançaram as bases de uma Península de Setúbal de progresso e desenvolvimento, aproveitando as suas potencialidades. Os oradores da tarde, José Caetano, Odete Santos e Rui Paixão, discutiram o pacote laboral e as actuais ofensivas contra os trabalhadores. A luta contra elas esteve também em destaque, com os oradores a deixarem as diferentes perspectivas que esta resistência assume. No domingo, no debate subordinado ao tema «reivindicar, organizar, desenvolver a luta popular», Cristina Rocha Neto, Joaquim Judas e Valdemar Santos versaram sobretudo o papel do Partido no desenvolvimento e organização do descontentamento popular acerca de temas tão díspares como serviços públicos e paz.