- Nº 1554 (2003/09/11)

Uma festa melhor

Festa do Avante!

Foram muitas milhares de jornadas de trabalho ali usadas para erguer de novo a Festa. E quem as acompanhou ao longo das últimas semanas vai fazendo a comparação com outras festas, outros tempos e calculando o que falta para ter tudo pronto na abertura, quando milhares de visitantes positivamente se lançam, terreno abaixo, pelas avenidas, em busca do fraternal encontro de Setembro. Foi assim que, no ano passado, já se descansava em alguns lugares quinze dias antes, com o Partido e os seus amigos a responder vigorosamente às calúnias que davam como certo uma «desmobilização» que não sucedia. Foi assim que este ano, mais seguros do seu ritmo, os voluntários que constróem a Festa tomaram como que os seus vagares e, nas últimas semanas compareceram em peso e aprontarem tudo. Esperávamos, porém, ouvir ainda o som das ferramentas e ver a azáfama dos últimos retoques.

Ao princípio da tarde, entretanto, quando a nossa reportagem entrou no terreno, preparando-se para, ao longo desses três dias, recolher as impressões variadíssimas da Festa para vir a estas páginas dar a certidão da verdade - contra muita mentira que se contou e ainda vai decerto contar-se nos media manipulados pelo capital - fomos encontrar apenas os preparativos finais, com os camaradas a tomarem os seus lugares atrás das bancas e dos balcões, com os últimos abastecimentos do dia a serem arrumados, com os sons dos palcos a passarem nos testes, uma animação festiva já muito antes das dezoito horas, quando as portas se abriram.

A Festa está melhor!, dizia-se. E queria dizer-se melhor na sua construção e concepção, na simplicidade da arquitectura, na funcionalidade dos espaços, no brilho das cores. Tratar-se-ia de uma impressão subjectiva, um querer a transformar-se em visão? Nada disso. Porque o ouvimos de muitas bocas e os nossos próprios olhos, habituados ao longo de vinte e sete anos da Festa não são capazes de desmentir-nos.
E quando, ao som dos bombos de Viana do Castelo, a multidão de muitos milhares se concentrou na Praça da Paz, em redor do lago, com gente a juntar-se e a tomar vistas desde o alto das cascatas que ali vão desaguar, também dissemos nós: A Festa deste ano está melhor!

Talvez por isso, enquanto no estrado improvisado sobre o vasto lugar se aguardava ainda a presença do secretário-geral do Partido que chegaria acompanhado por outros dirigentes e membros da Comissão Executiva da Festa e muitos jovens marcavam presença nessa espera, o Avante, Camarada se soltou espontaneamente das gargantas sem esperar pela música e se cantou uma vibrante Internacional.

Foi o Hino Nacional que abriu a Festa. Com a jovem camarada Paula Santos a lembrar, por entre os aplausos e os vivas à JCP e ao PCP, que esta é uma Festa sempre nova, mantendo sempre as suas características essenciais, uma Festa de juventude, de cultura, de intervenção, de luta e de solidariedade.

Depois tomou a palavra Carlos Carvalhas, na intervenção que aqui publicamos na íntegra.
Um abraço atravessou a multidão, enquanto estampiam os foguetes e se cantava o Avante Camarada. A Festa estava aberta. E melhor!