UMA CERTA MANEIRA DE LUTAR

«A luta continua, à nossa maneira, combatendo o que entendemos dever ser combatido»

Um partido que não desiste de lutar pela justiça social, pela liberdade, pela democracia, constitui alvo prioritário dos ataques dos donos do País e dos seus lacaios. Assim, a raiva ao PCP é proporcional ao incómodo que lhes causa a sua existência. Incómodo, porque o PCP é, de facto, a única força política que contesta e luta contra a política de direita, que não desiste de se bater pela concretização de uma alternativa de esquerda; incómodo, porque, ao contrário do que andam a apregoar há décadas, o PCP não só não desapareceu como permanece como a grande força de vanguarda das lutas de todos os dias sem perder, nunca, a perspectiva transformadora e revolucionária da construção de uma sociedade liberta de todas as formas de opressão e de exploração; incómodo, porque, por mais esforços que façam na tentativa de rever a História, sabem que jamais apagarão o papel singular do PCP na luta pela liberdade, pela democracia, pela defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País; incómodo, porque, olhando para os oitenta e dois anos de vida do PCP, vêem um partido coerente, fiel aos seus ideais de justiça social, liberdade, solidariedade, fraternidade; incómodo, porque sabem – embora, por conveniência, finjam ignorar – que em nenhum outro partido nacional se verifica uma participação dos militantes na vida partidária como no PCP – e que, portanto, nenhum partido tem uma vida democrática interna como a do PCP; incómodo, porque nada incomoda mais o velho e os seus defensores do que, precisamente, a presença viva, actuante e carregada de futuro do novo. Incómodo, enfim, porque o PCP é tudo isso e, por muito que isso lhes custe – e custa, oh se custa! – vai continuar a ser assim: comunista, revolucionário, portador de um projecto de futuro e sempre disponível para as lutas que cada situação exigir.

Sendo o PCP o que é, e sendo os donos do País e os seus lacaios o que são, os ataques ao Partido não precisam de pretextos: a simples existência do PCP, enquanto partido democrático, transformador, revolucionário, é pretexto para o vale-tudo que sobre ele desaba todos os dias. O PCP é um alvo permanente, contra o qual os atiradores profissionais disparam mecanicamente, por dever de ofício, sempre, quer chova quer faça sol, quando não têm nada que fazer ou quando têm muito que fazer, sempre. Estes pistoleiros dos tempos actuais têm a tarefa encomendada de divulgar ao máximo uma imagem distorcida, falseada, do PCP: têm, ao fim e ao cabo, a tarefa, não muito difícil tendo em conta os meios de que dispõem, de deturpar o projecto e as práticas de funcionamento do PCP e criticar severamente o resultado dessa deturpação; de deturpar os valores e os ideais que suportam a intervenção e o projecto do PCP e criticar severamente o resultado dessa deturpação. Têm ainda a tarefa – essa, sim, difícil e de impossível concretização, como a experiência lhes mostra há várias décadas – de liquidar, de eliminar o PCP.
Quando acontece que as suas mentes doentias os empurram para o alçapão do delírio, aí então é o fim e proporcionam-nos espectáculos em que a abjecção e a deprimência rivalizam com a estupidez e o ridículo: vimo-los, nos últimos dias, quais galinhas tontas, esparvoadas, acéfalas, correndo e pulando e cacarejando e mandando bicadas parvas e dementes contra o PCP e o Avante!, assumindo alvarmente o papel de censores e de polícias políticos. E tudo isso se torna tanto mais bizarro e ridículo quanto se sabe – e eles melhor do que ninguém – que o PCP, hoje como ontem como amanhã, continuará a marcar a sua presença constante na primeira fila da luta pela democracia, pela liberdade, pela justiça.

Entretanto e enquanto esses mercenários do anticomunismo esbracejam e mostram os dentes, a caravana – serena, consciente, lúcida - passa. Ou seja: a luta continua, à nossa maneira, combatendo o que entendemos dever ser combatido, denunciando as antidemocráticas e fascizantes leis laborais e dos partidos e, simultaneamente, por exemplo, construindo a Festa do Avante!. Assim: a cerca de três semanas da Festa, cresce o número dos participantes nas jornadas de trabalho que, dia a dia, vão erguendo a cidade da alegria, da fraternidade, da solidariedade, da liberdade, da luta, da juventude; aperfeiçoam-se as estruturas e infra-estruturas que tornarão mais agradável e segura a presença dos visitantes nos três dias de duração da Festa; alinda-se o espaço, já de si bonito, da Atalaia, tornando-o ainda mais aprazível; multiplicam-se, por todo o País, as iniciativas locais divulgando a Festa; preparam-se as exposições e os debates sobre as grandes questões do País e do Mundo; avança-se na organização das iniciativas culturais, artísticas, desportivas que constituem parte grande da Festa; intensifica-se o trabalho de casa, ou seja, a preparação dos muitos e muitos materiais que serão postos à venda no decorrer dos três dias da Festa, nos stands das diversas organizações regionais – enfim, avança a construção da Festa, através da acção solidária dos milhares e milhares de camaradas e amigos, da Festa que é, também ela, uma exemplificação concreta do tipo de partido que é o PCP, da sua forma de estar, de ser, de lutar – porque este espaço de fraterna conjugação de esforços, de vontades, de convívio, de camaradagem, de solidariedade, de amizade é o espaço onde nascem as raízes de uma certa maneira de lutar que é esta: a nossa: a do PCP.