Solidariedade com o interior do País
Nestes dias é prioritária toda a solidariedade com as populações e autarquias duramente atingidas pelo flagelo dos fogos, o que exige que se mobilizem apoios, vontades e medidas concretas de intervenção, a nível nacional e comunitário, quer para rapidamente reconstruir, recuperar e reabilitar o destruído, mas também para realizar uma eficiente política de prevenção dos fogos florestais e de apoio ao interior do país, que ajude a fixar as populações e a melhorar as suas condições de vida, valorizando os produtos regionais e praticando uma autêntica multifuncionalidade da agricultura.
Contactos recentes em diversas zonas do interior do País demonstram o enorme descontentamento das populações com o esquecimento a que têm sido votadas pela administração central. É na área agrícola e florestal que as queixas são maiores.
Os excelentes produtos regionais e locais, como o queijo e o fumeiro produzidos de forma artesanal, estão com cada vez maiores dificuldades dadas as regras que, a pretexto das melhores condições de higiene, vão, de facto, servindo para destruir a pequena produção familiar e artesanal, concentrando a produção nas empresas fabris, perdendo-se a excelente qualidade dos produtos locais. O que exige medidas de apoio local personalizadas e de certificação, direccionadas para a manutenção dos produtos de boa qualidade artesanal, incluindo das raças autóctones.
Mas exige, igualmente, garantias de escoamento da produção e preços compensadores. Apesar de Portugal estar a importar mais de metade dos produtos alimentares que consome, os nossos agricultores têm dificuldade em escoar o vinho, a fruta, a batata e outros produtos agrícolas a preços compensadores. E protestam contra apoios comunitários para se deixar de produzir. Consideram isso um insulto a quem sempre trabalhou a terra, protegeu a floresta, criou os seus animais, transformou os seus produtos. E têm toda a razão. Precisam de mais apoio para produzir melhor e de garantias para o escoamento das suas produções, não de apoios para deixar de produzir.
Promessas não cumpridas
Visitar e ouvir as populações do interior, seja nas terras do Douro, de Lamego ou de Miranda, seja do Tâmega, das terras de Basto, do Corgo ou do Côa, da zona do pinhal, da Sertã ou de Proença, do interior Norte, do Centro ou do Alentejo, a questão básica é sempre a mesma. Faltam apoios. Sucessivos governos, com destaque para os actuais governantes, fizeram promessas que não cumpriram.
Por todo o lado, com raras excepções, é visível o estado de abandono do rico património cultural que se vai degradando, quando a sua valorização, conjuntamente com a manutenção dos bons produtos agro-pecuários e artesanais da agricultura familiar, as belezas paisagísticas, o ambiente e a floresta, devia ser a base do lançamento de projectos integrados de desenvolvimento rural e turismo cultural e ambiental para apoiar o desenvolvimento do interior e incentivar à fixação das populações nas zonas rurais. Por exemplo, é um escândalo o que se passa com o futuro Museu no Parque Arqueológico do Côa, que vai mudando de sítio e de projecto, ao sabor dos caprichos e interesses dos novos responsáveis governamentais mas que, de facto, não sai do papel, apesar de todas as promessas e da incontestável riqueza patrimonial que Portugal ali tem.
O estado de abandono do interior do país é, provavelmente, a principal causa dos fogos florestais. O que exige urgentemente novas políticas de investimento público, apostando no arranjo das estradas do interior, nas suas ligações intra-regionais, na manutenção e melhoria das suas vias-férreas e não no seu encerramento, como tem acontecido, no apoio a projectos integrados de desenvolvimento, promovendo uma verdadeira descentralização de meios e de competências, mais directa às pessoas e com menos burocracia.
A campanha de solidariedade com as vítimas dos fogos florestais exige que o país se mobilize na defesa do interior e implica medidas excepcionais para promover o seu desenvolvimento.
Contactos recentes em diversas zonas do interior do País demonstram o enorme descontentamento das populações com o esquecimento a que têm sido votadas pela administração central. É na área agrícola e florestal que as queixas são maiores.
Os excelentes produtos regionais e locais, como o queijo e o fumeiro produzidos de forma artesanal, estão com cada vez maiores dificuldades dadas as regras que, a pretexto das melhores condições de higiene, vão, de facto, servindo para destruir a pequena produção familiar e artesanal, concentrando a produção nas empresas fabris, perdendo-se a excelente qualidade dos produtos locais. O que exige medidas de apoio local personalizadas e de certificação, direccionadas para a manutenção dos produtos de boa qualidade artesanal, incluindo das raças autóctones.
Mas exige, igualmente, garantias de escoamento da produção e preços compensadores. Apesar de Portugal estar a importar mais de metade dos produtos alimentares que consome, os nossos agricultores têm dificuldade em escoar o vinho, a fruta, a batata e outros produtos agrícolas a preços compensadores. E protestam contra apoios comunitários para se deixar de produzir. Consideram isso um insulto a quem sempre trabalhou a terra, protegeu a floresta, criou os seus animais, transformou os seus produtos. E têm toda a razão. Precisam de mais apoio para produzir melhor e de garantias para o escoamento das suas produções, não de apoios para deixar de produzir.
Promessas não cumpridas
Visitar e ouvir as populações do interior, seja nas terras do Douro, de Lamego ou de Miranda, seja do Tâmega, das terras de Basto, do Corgo ou do Côa, da zona do pinhal, da Sertã ou de Proença, do interior Norte, do Centro ou do Alentejo, a questão básica é sempre a mesma. Faltam apoios. Sucessivos governos, com destaque para os actuais governantes, fizeram promessas que não cumpriram.
Por todo o lado, com raras excepções, é visível o estado de abandono do rico património cultural que se vai degradando, quando a sua valorização, conjuntamente com a manutenção dos bons produtos agro-pecuários e artesanais da agricultura familiar, as belezas paisagísticas, o ambiente e a floresta, devia ser a base do lançamento de projectos integrados de desenvolvimento rural e turismo cultural e ambiental para apoiar o desenvolvimento do interior e incentivar à fixação das populações nas zonas rurais. Por exemplo, é um escândalo o que se passa com o futuro Museu no Parque Arqueológico do Côa, que vai mudando de sítio e de projecto, ao sabor dos caprichos e interesses dos novos responsáveis governamentais mas que, de facto, não sai do papel, apesar de todas as promessas e da incontestável riqueza patrimonial que Portugal ali tem.
O estado de abandono do interior do país é, provavelmente, a principal causa dos fogos florestais. O que exige urgentemente novas políticas de investimento público, apostando no arranjo das estradas do interior, nas suas ligações intra-regionais, na manutenção e melhoria das suas vias-férreas e não no seu encerramento, como tem acontecido, no apoio a projectos integrados de desenvolvimento, promovendo uma verdadeira descentralização de meios e de competências, mais directa às pessoas e com menos burocracia.
A campanha de solidariedade com as vítimas dos fogos florestais exige que o país se mobilize na defesa do interior e implica medidas excepcionais para promover o seu desenvolvimento.