Os «gangsters» de Washington entraram numa curva perigosa, mas cairão no precipício
Destruir o mundo para voltar a construí-lo
Manoel de Lencastre
O primeiro contrato do pós-guerra do Iraque entregue pelo governo americano em relação com a chamada reconstrução daquele país foi para o maior gigante da construção civil, a Bechtel, de São Francisco. Este contrato, no valor de 22 000 milhões de dólares, prevê a reconstrução de aeroportos, do sistema de fornecimento de energia eléctrica, de estradas e caminhos de ferro. A Bechtel Corporation recebeu a preferência da «US Agency for International Development» numa rápida decisão que eliminou outras companhias (todas americanas). Estas, entretanto, serão compensadas com futuras adjudicações.
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De todos os depoimentos críticos que li sobre os julgamentos de Cuba o que mais me surpreendeu foi o de Eduardo Galeano.
O seu «Cuba duele», publicado em «Brecha» e logo reproduzido em todo o mundo, doeu-me muito. Por vir de um dos escritores da América Latina mais respeitados pelo seu eticismo, e porque a sua atitude confundiu muitos intelectuais de esquerda e foi festejada pelo super poder universal - uso uma expressão sua - «que está com uma vontade louca de tirar da garganta esta teimosa espinha», isto é, Cuba.
Poderá parecer redutor quando se fala do ensino superior falar da questão do aumento das propinas. No entanto ao longo dos últimos meses não é por acaso que os principais culpados pela situação de ruptura actual se centram nesta questão. De facto, desde o actual governo PSD/CDS até aos governos anteriores do PS ou do PSD, todos eles contribuíram decisivamente para a desresponsabilização do Estado neste sector acompanhado pelo aumento de propinas. E centram-se nesta questão porque é sem dúvida a forma mais fácil de se desresponsabilizarem e avançarem a passos largos para a privatização do ensino superior.