Audição denuncia silêncio do Governo
No âmbito da campanha «Em Movimento Por Um Portugal de Futuro», o PCP realizou, no sábado passado, no Porto, uma audição pública sobre o Sector Têxtil no nosso país.
O liberalismo no sector têxtil tem causado graves prejuízos ao País
A audição, que contou com a participação do secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas, e ainda de Agostinho Lopes e António Lopes, membros da Comissão Política, que intervieram no debate, teve como objectivo discutir com trabalhadores, dirigentes sindicais e empresários as políticas em prática pela UE e Governo português para este sector e avaliar as consequências da previsível alteração neoliberalizante da legislação da UE para a área dos têxteis.
Ilda Figueiredo, deputada do PCP no Parlamento Europeu, começou por denunciar «a forma como a União Europeia tem promovido o liberalismo no sector têxtil, com graves prejuízos para o nosso País».
«A posição de abertura unilateral da UE deve ser combatida: todas as outras potências produtivas o fazem mais», destacou Manuel Freitas, dirigente sindical do sector dos têxteis e vestuário. «A posição da UE ultrapassa em matéria de liberalismo a dos próprios EUA».
Entre inúmeras questões colocadas na audição destacam-se considerações gerais sobre a importância de um emprego estável, de qualidade, bem formado, preparado para superar as dificuldades produtivas, para assumir a distinção qualitativa dos produtos, como um dos desafios estratégicos para o sector.
Problemas específicos do sector têxtil em Portugal foram também debatidos, entre os quais as alterações ao longo dos tempo no sector dos lanifícios nas Beiras, que coloca sérios problemas e configura uma situação de crise que paralisa a actividade produtiva.
Definir estratégia negocial
«Não há futuro para os têxteis no nosso País sem investimento e aposta no sector produtivo» começou por afirmar Carlos Carvalhas na sua intervenção, lembrando o peso dos têxteis e das confecções na nossa economia. Ora, com as negociações que estão a decorrer na Organização Mundial do Comércio, com o alargamento da União Europeia e com as medidas liberalizadoras que deverão entrar em vigor em 2005, o sector «vai sofrer uma concorrência acrescida», impondo-se assim, para Carlos Carvalhas, debater estas questões e ouvir os diversos intervenientes no sector «de modo a definir-se uma estratégia negocial e de defesa e valorização desta importante indústria».
Denunciando, a seguir, «o silêncio do Governo e a sua posição marginal face às negociações», o secretário-geral do PCP considerou que «o Governo não pode entregar à Comissão Europeia a negociação da liberalização do sector, nem este pode servir de moeda de troca como aconteceu com a agricultura portuguesa».
«É necessário que as concessões que se façam sejam recíprocas e no sector respectivo», prosseguiu, sublinhando ainda a grande importância de «se pressionar a União Europeia nesta negociação e de, por outro lado, se tomarem medidas «de modo a salvaguardar este importante sector designadamente em relação aos aspectos da comercialização».
«A crescente sub-contratação da economia tem custos e dependências que nos torna cada vez mais vulneráveis», alertou ainda, considerando «urgente» que o Governo «abandone o fundamentalismo que faz do défice orçamental o "alfa e o omega" da política económica».
A terminar, Carlos Carvalhas chamou a atenção para a necessidade de o Governo «mobilizar a opinião pública, os agentes económicos e apelar a todos os deputados a conjugar os seus esforços numa questão que não é partidária, que é nacional», sendo que «a defesa do interesse nacional deve ser o ângulo comum de abordagem deste problema do têxtil e vestuário».
Ilda Figueiredo, deputada do PCP no Parlamento Europeu, começou por denunciar «a forma como a União Europeia tem promovido o liberalismo no sector têxtil, com graves prejuízos para o nosso País».
«A posição de abertura unilateral da UE deve ser combatida: todas as outras potências produtivas o fazem mais», destacou Manuel Freitas, dirigente sindical do sector dos têxteis e vestuário. «A posição da UE ultrapassa em matéria de liberalismo a dos próprios EUA».
Entre inúmeras questões colocadas na audição destacam-se considerações gerais sobre a importância de um emprego estável, de qualidade, bem formado, preparado para superar as dificuldades produtivas, para assumir a distinção qualitativa dos produtos, como um dos desafios estratégicos para o sector.
Problemas específicos do sector têxtil em Portugal foram também debatidos, entre os quais as alterações ao longo dos tempo no sector dos lanifícios nas Beiras, que coloca sérios problemas e configura uma situação de crise que paralisa a actividade produtiva.
Definir estratégia negocial
«Não há futuro para os têxteis no nosso País sem investimento e aposta no sector produtivo» começou por afirmar Carlos Carvalhas na sua intervenção, lembrando o peso dos têxteis e das confecções na nossa economia. Ora, com as negociações que estão a decorrer na Organização Mundial do Comércio, com o alargamento da União Europeia e com as medidas liberalizadoras que deverão entrar em vigor em 2005, o sector «vai sofrer uma concorrência acrescida», impondo-se assim, para Carlos Carvalhas, debater estas questões e ouvir os diversos intervenientes no sector «de modo a definir-se uma estratégia negocial e de defesa e valorização desta importante indústria».
Denunciando, a seguir, «o silêncio do Governo e a sua posição marginal face às negociações», o secretário-geral do PCP considerou que «o Governo não pode entregar à Comissão Europeia a negociação da liberalização do sector, nem este pode servir de moeda de troca como aconteceu com a agricultura portuguesa».
«É necessário que as concessões que se façam sejam recíprocas e no sector respectivo», prosseguiu, sublinhando ainda a grande importância de «se pressionar a União Europeia nesta negociação e de, por outro lado, se tomarem medidas «de modo a salvaguardar este importante sector designadamente em relação aos aspectos da comercialização».
«A crescente sub-contratação da economia tem custos e dependências que nos torna cada vez mais vulneráveis», alertou ainda, considerando «urgente» que o Governo «abandone o fundamentalismo que faz do défice orçamental o "alfa e o omega" da política económica».
A terminar, Carlos Carvalhas chamou a atenção para a necessidade de o Governo «mobilizar a opinião pública, os agentes económicos e apelar a todos os deputados a conjugar os seus esforços numa questão que não é partidária, que é nacional», sendo que «a defesa do interesse nacional deve ser o ângulo comum de abordagem deste problema do têxtil e vestuário».