Viva a Liberdade!
Vinte e nove anos depois do 25 de Abril foi aprovada a nova lei dos partidos políticos. O tema não foi esquecido pelos participantes do desfile comemorativo da revolução, que uniram o Marquês de Pombal e o Rossio, na baixa lisboeta.
As comemorações do 25 de Abril foram ensombradas pela chuva que caía abundantemente em Lisboa na tarde de sexta-feira, mas principalmente pela nova lei dos partidos, aprovada na véspera na Assembleia da República. E não faltaram as vozes de protesto no desfile, fosse com a distribuição de um panfleto da Organização Regional de Lisboa do PCP, onde se denuncia a «ingerência do Estado na vida dos partidos» (ver páginas seguintes), fosse com faixas que acusavam o PS, o PSD e o CDS de querer «viver à custa do Estado» e «impor um modelo de partido único».
Mas outras preocupações estiveram presentes na tradicional manifestação do 25 de Abril, como o pacote laboral, o desemprego, os baixos salários, a queda da qualidade de vida e o ataque aos direitos dos trabalhadores. «Com esta política, sobra mês e falta salário», lia-se num cartaz. Ao lado, outro cartaz avisava: «Cuidado com os carteiristas, anda aí o Governo.»
À frente do desfile, uma chaimite pintada com graffiti era acompanhada pela famosa canção de José Afonso, «Grândola, Vila Morena», a mais emblemática senha da revolução de 1974, repetida horas antes, à meia-noite, em diversas localidades onde se comemorou o 29.º aniversário do 25 de Abril. E muitas dessas terras estiveram presentes na Avenida da Liberdade, porque nunca é demais celebrar a data e, acima de tudo, defende-la.
Pela paz no mundo
Almada, Arrentela, Fernão Ferro, Seixal, Amora, Amadora, Laranjeiro, Sobreda, Costa de Caparica, Ameixoeira e Charneca, Cacilhas, Sintra e Odivelas eram algumas das localidades representadas por grupos informais ou delegações das juntas de freguesia ou câmaras municipais, saudando os protagonistas da revolução e exigindo mais poder para as autarquias.
Sindicatos eram muitos, do STAL à Função Pública, passando pelos representantes dos ferroviários, dos trabalhadores da construção civil, da hotelaria e dos professores. E ainda operários da Bombardier/Sorefame, funcionárias da Carris e do Metro e agentes das forças e serviços de segurança. Porque todos têm problemas, porque todos estão descontentes com o Governo, porque todos têm uma palavra a dizer neste Portugal de 2003.
A guerra no Iraque e a urgência de paz no planeta foi outra questão levantada durante a manifestação. O Conselho Português para a Paz e Cooperação afirmava «guerra não», enquanto a Associação Académica de Lisboa sustentava «em nosso nome, não».
Outras organizações estiveram presentes no desfile, como a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses, o Movimento Democrático de Mulheres, a Solidariedade Emigrante, a Comissão de Utentes dos Transportes do Barreiro e a Ilga.
De chapéu-de-chuva na mão e cravo vermelho ao peito, lá fomos nós, avenida abaixo, direitos ao Rossio. Omnipresente no desfile, «Grândola, Vila Morena» era entoada em diversos registos em vários altifalantes. E as bandeiras do PCP e da JCP empunhadas com toda a convicção ao longo da avenida, a da Liberdade.
Mas outras preocupações estiveram presentes na tradicional manifestação do 25 de Abril, como o pacote laboral, o desemprego, os baixos salários, a queda da qualidade de vida e o ataque aos direitos dos trabalhadores. «Com esta política, sobra mês e falta salário», lia-se num cartaz. Ao lado, outro cartaz avisava: «Cuidado com os carteiristas, anda aí o Governo.»
À frente do desfile, uma chaimite pintada com graffiti era acompanhada pela famosa canção de José Afonso, «Grândola, Vila Morena», a mais emblemática senha da revolução de 1974, repetida horas antes, à meia-noite, em diversas localidades onde se comemorou o 29.º aniversário do 25 de Abril. E muitas dessas terras estiveram presentes na Avenida da Liberdade, porque nunca é demais celebrar a data e, acima de tudo, defende-la.
Pela paz no mundo
Almada, Arrentela, Fernão Ferro, Seixal, Amora, Amadora, Laranjeiro, Sobreda, Costa de Caparica, Ameixoeira e Charneca, Cacilhas, Sintra e Odivelas eram algumas das localidades representadas por grupos informais ou delegações das juntas de freguesia ou câmaras municipais, saudando os protagonistas da revolução e exigindo mais poder para as autarquias.
Sindicatos eram muitos, do STAL à Função Pública, passando pelos representantes dos ferroviários, dos trabalhadores da construção civil, da hotelaria e dos professores. E ainda operários da Bombardier/Sorefame, funcionárias da Carris e do Metro e agentes das forças e serviços de segurança. Porque todos têm problemas, porque todos estão descontentes com o Governo, porque todos têm uma palavra a dizer neste Portugal de 2003.
A guerra no Iraque e a urgência de paz no planeta foi outra questão levantada durante a manifestação. O Conselho Português para a Paz e Cooperação afirmava «guerra não», enquanto a Associação Académica de Lisboa sustentava «em nosso nome, não».
Outras organizações estiveram presentes no desfile, como a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses, o Movimento Democrático de Mulheres, a Solidariedade Emigrante, a Comissão de Utentes dos Transportes do Barreiro e a Ilga.
De chapéu-de-chuva na mão e cravo vermelho ao peito, lá fomos nós, avenida abaixo, direitos ao Rossio. Omnipresente no desfile, «Grândola, Vila Morena» era entoada em diversos registos em vários altifalantes. E as bandeiras do PCP e da JCP empunhadas com toda a convicção ao longo da avenida, a da Liberdade.