A Câmara Municipal de Alpiarça vai pedir à Inspecção Geral da Administração do Território que investigue, «em sede de inquérito e com urgência», a compra de terrenos na zona industrial a uma empresa gerida pelo pai do presidente da autarquia.

A deliberação foi tomada, na passada semana, por unanimidade, numa reunião extraordinária do executivo camarário, na qual foi ainda decidido, com a oposição do vereador da CDU, enviar as notícias saídas nos jornais «O Ribatejano» e «Público», que levantavam dúvidas sobre os contornos do negócio, para «análise de um advogado e consequente promoção dos adequados procedimentos judiciais».

Em causa está a compra à Concene de quatro lotes de terreno na Zona Industrial de Alpiarça que a autarquia havia vendido, há quatro anos, a uma empresa que não cumpriu o contrato, perdendo o direito aos lotes.

Entretanto, Henrique Arroiolos, vereador da CDU, que apelidou o negócio de «escandaloso», e que votou favoravelmente o pedido de celebridade na investigação, que frisou, deve apurar «toda a verdade e todas as responsabilidades», viu rejeitada uma proposta que visava ir mais longe, nomeadamente remetendo todo o processo também à Inspecção Geral de Finanças e ao Ministério Público.

O autarca da CDU propôs ainda que a Câmara Municipal desenvolvesse «os esforços necessários no sentido de tentar anular todo o negócio», já que, argumentou, tanto a empresa que adquiriu os terrenos à autarquia há quatro anos como a Concene, que os adquiriu seis meses depois à Eurosinc, sem que disso tenha sido dado conhecimento à autarquia, além dessa irregularidade, nunca lá iniciaram qualquer actividade.