«... Interroguem-se sobre o valor
daqueles vistosos placards a prometer obras sem fim...»

CDU acusa PS de Alcochete

A CDU de Alcochete acusa o executivo socialista de desenvolver uma «política despesista e lesiva dos interesses do concelho» e de «atitude antidemocrática, de arrogância e perseguição política».

Estas acusações foram feitas, na passada semana, em conferência de imprensa, no Hotel Alfoz de Alcochete, destinada a fazer o balanço do primeiro ano de gestão do PS na Câmara Municipal de Alcochete.

A CDU de Alcochete considera que o PS, «na ânsia de não olhar a meios para atingir os fins», aumentou brutalmente as taxas, especialmente as que incidem sobre as actividades económicas relativas à agricultura, à industria e aos serviços. «Houve aumentos que ultrapassaram os 500 por cento», denunciou a CDU, sublinhando que «muitas das empresas que se instalaram no concelho nos últimos anos, decerto não o fariam se soubessem que iriam ser tão traiçoeiramente penalizadas». A coligação divulgou ainda que, «a troco de ideias sem qualquer viabilidade técnica ou económica, o PS deixou perder a possibilidade de Alcochete vir a possuir um ancoradouro para embarcações de abrigo e outras».

A CDU de Alcochete criticou ainda o PS de fazer «uma política de amigos», denunciando a atribuição de empregos a 30 «boys and girls», amigos pessoais e membros do Partido Socialista, para cargos de destaque, como assessores de imprensa, representando «um aumento de um milhão de euros, só com despesas de pessoal».

Por outro lado, a admissão de 50 novas pessoas em 2002 criou «um clima persecutório e de medo no seio de trabalhadores do município, com vários a ser mudados de local de trabalho, com o argumento que se tratava de questões políticas».


Histórias mal contadas


Episódios de intolerância têm, infelizmente, marcado a gestão autárquica do PS. «Todos recordarão o escândalo que constitui a tomada de posse dos novos órgãos, quando o representante da CDU foi impedido de terminar o seu discurso, perante a aquiescência do próprio presidente da Assembleia Municipal», lembrou a coligação contando uma outra história: «Ainda recentemente, a um elemento da CDU, na Assembleia Municipal, não lhe foi permitido terminar uma declaração de voto, porque a mesma desagradava à maioria socialista, tendo sido inclusivamente cortada a palavra pela aparelhagem de som, actos que foram omitidos da própria acta».

Por último a CDU de Alcochete considerou que o PS «procurou denegrir a gestão da CDU», quando o presidente tomou posse e «sem qualquer conhecimento de causa disse o município estava endividado», embora mais tarde «esses argumentos tenham caído por terra» uma vez que «o saldo que transitou de 2001 para 2002 foi de cerca de 117 mil contos».


A foto que desapareceu


A CDU de Alcochete acusou a Câmara Municipal de «utilizar o lápis azul da censura», nomeadamente por apagar uma fotografia de grupo a imagens do anterior presidente da autarquia, num livro editado pelo município.

Os membros da concelhia da CDU revelaram, durante a conferência de imprensa, que o «caso das imagens desaparecidas» ocorreu no livro «Círios dos Marítimos de Alcochete», de Mário Balseiro Dias, redigido durante o último mandato do comunista Miguel Boieiro, mas publicado em 2002, quando já decorria o mandato de José Dias Inocêncio, do PS.

Sem conhecimento do autor do livro, a introdução redigida pelo anterior presidente terá sido retirada e, em seu lugar, colocado um texto do actual presidente. Também a imagem de Miguel Boieiro terá sido apagada do segundo plano de uma fotografia tirada pelo próprio Mário Balseiro Dias que aparece do livro.



Mais artigos de: Nacional

Denúncia de mentiras e desinformação

A questão venezuelana foi alvo de um debate na Associação 25 de Abril. Vasco Lourenço, presidente daquela associação, foi o moderador, sendo ladeado por André Martin, jornalista uruguaio especialista em questões latino-americanas, e José Manuel Fernandes,...