As portagens no IP2 iriam assassinar a região e as acessibilidades

2002, um ano muito negativo

A Organização dos jovens trabalhadores de Castelo Branco da JCP faz um balanço «extremamente negativo» de 2002. E alerta para o que pode acontecer em 2003.

«O ano de 2002 foi marcado por violentas ofensivas contra os mais elementares direitos», afirma a Organização dos jovens trabalhadores de Castelo Branco da JCP, numa nota à imprensa.

«Logo cedo, o novo executivo se começou a revelar, depois de palavreado manso e falsas promessas, na altura de iludir o povo para ganhar o voto nas eleições legislativas», comentam os jovens comunistas. «Usando o argumento da necessidade de cumprimento do Pacto de Estabilidade, o Governo instaurou um falso clima de crise. No entanto, e como sempre, a crise não é para todos.»

A extinção do crédito bonificado para os jovens, a Lei de Bases da Segurança Social, o pacote laboral e o aumento das pensões abaixo da subida do custo de vida são alguns exemplos da política seguida pelo Governo do PSD e do CDS/PP, numa linha que a JCP classifica de «retrógrada», «destruindo todos os anseios e as expectativas da juventude e prosseguindo uma política que só irá resultar no favorecimento dos já favorecidos e fechando cada vez mais as portas aos mais necessitados».

 

Privatizar tudo

 

Os jovens comunistas da Beira Baixa referem também a «crescente vontade do Governo de privatizar tudo o que ainda é do Estado para mascarar a vergonhosa situação económica do País».

«O processo de privatização é dar um passo em frente para logo em seguida dar dois atrás. Na nossa região, depois de muitos anos à espera de um hospital com condições para servir os utentes, confrontamo-nos com a sua empresarialização, vulgo “venda ao melhor”, do património de todos nós. Os centros de saúde também não escapam», recordam.

As portagens são outra preocupação da JCP, nomeadamente a sua possível implementação no IP2. «Isto seria assassinar a região e as suas acessibilidades. Seguindo o princípio do utilizador-pagador e do “quanto mais se usa mais se tem de pagar”, o Governo e os patrões não só teriam de pagar pela utilização e venda da força do trabalho, como criar todas as condições para que o trabalho fosse de facto produtivo», afirma a JCP.

«Como será 2003?», questiona a organização. «A avaliar pelo encerramento recente de empresas e a perda de mais de 200 postos de trabalho só na Covilhã e em Belmonte, será marcado pelo agravamento das condições de vida», responde de seguida. Por isso, considera necessária «uma grande resposta na defesa da qualidade do emprego e dos direitos».