Festa-convívio
na Caparica
Tudo seria melhor
com reforço da votação na CDU
A importância do reforço da votação e do número de eleitos da CDU no distrito de Setúbal, de par da crítica à política de direita do PS, foram temas centrais na intervenção de Carlos Carvalhas na festa-convívio que sábado passado juntou centenas de pessoas na Costa da Caparica.
Um dia após a
entrega formal, no Tribunal da Comarca de Setúbal, da lista da
CDU, a coligação promoveu uma iniciativa pública no
Parque de Santo António, que culminou com um comício em que
tomaram a palavra Bruno Dias, estudante, membro da JCP e
candidato, Octávio Teixeira, membro da Comissão Política,
presidente do Grupo Parlamentar comunista e cabeça de lista, e o
secretário-geral do PCP, Carlos Carvalhas.
Aproveitando as estruturas do Parque de Merendas, centenas de
pessoas participaram num jantar-convívio, apreciando uma
demonstração do jogo do pau pelo Grupo Desportivo, Cultural e
Recreativo dos Brejos Faria, a que se seguiram as actuações do
Grupo Coral dos Reformados da Zonas Norte da Baixa da Banheira e
do conjunto de música popular Romarias.
Na sua intervenção, Carlos Carvalhas foi particularmente
crítico em relação à política implementada pelo governo ao
longo destes quatro anos e lembrou que nas próximas legislativas
não faz sentido o voto útil no PS salientando que «desta vez,
não há o papão de uma vitória da direita».
O secretário-geral do PCP desafiou o PS a esclarecer os
portugueses sobre eventuais aumentos das portagens da ponte 25 de
Abril e deixou ainda ao governo a pergunta sobre se tenciona
repor a lei de redução das férias, depois das eleições de 10
de Outubro.
Carvalhas acusou o PS de ter vindo a protagonizar uma política
de direita e lembrou que, apesar do aumento de riqueza se
registou uma diminuição dos rendimentos do trabalho.
As «preocupações» do dirigente do PP, Paulo Portas, com os
reformados e as famílias, foram alvo da crítica irónica do
secretário-geral do PCP que questionou sobre o sentido do voto
do partido popular quando os comunistas propuseram «que a idade
de reforma das mulheres passasse para os 62 anos», afirmando,
logo de seguida, que «alguns partidos só se lembram que há
cerca de um milhão e meio de reformados - um milhão e meio de
votos - em véspera de eleições».
Carlos Carvalhas sublinhou que tudo seria melhor «com o reforço
da votação e do número de eleitos da CDU no distrito de
Setúbal», reiterando uma ideia deixada pouco antes por Octávio
Teixeira. «Se nas ocasiões difíceis é em nós que confiam,
porque razão não nos darão agora o vosso voto?», foi a
pergunta, depois de lembrar que «são os comunistas que marcam
presença nas grandes lutas dos trabalhadores».
Uma presença não menos sensível na Assembleia da República,
onde «os 15 deputados da CDU apresentaram 36 por cento dos
projectos de lei que foram votados» no Parlamento.