Sindicato dos Bancários
«fiador» da UGT


A maioria socialista da Direcção do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas decidiu participar, com a UGT, numa associação que é proprietária da «Escola Profissional Agostinho Roseta», a qual, «num prazo de dois anos e tanto quanto já é público, conseguiu a proeza de se endividar em cerca de cem mil contos», o que levou os eleitos das listas unitárias no SBSI a acusarem os responsáveis do PS de colocarem o sindicato como «fiador das dívidas da UGT».

Em comunicado aos trabalhadores, as listas unitárias recordam «um passado que não abona o futuro», com episódios como «os célebres 600 mil contos de dívidas da UGT, relativos a acções de formação, que foram investigados pela Polícia Judiciária e cujo processo se encontra em tribunal». «Ainda recentemente, alguns órgãos de comunicação social referiram o envolvimento da actual presidenta da UGT em problemas idênticos», refere o comunicado.
Os eleitos das listas unitárias ainda tentaram que esta participação do SBSI na associação fosse analisado «mais amplamente», no Conselho Geral do sindicato, uma vez que «a legitimidade estatutária da Direcção diverge da legitimidade política necessária à assumpção de tal responsabilidade», tanto mais que, para além da referida dívida de cem mil contos, não são conhecidas as obrigações da escola nem da UGT, tal como se desconhecem os eventuais direitos institucionais do sindicato ou quaisquer contrapartidas para os bancários.
No comunicado apela-se à reflexão dos bancários sobre o facto de o SBSI estar filiado na UGT desde a criação desta, a quem entregou, só em quotas e nos últimos três anos, mais de 300 mil contos. «O que faz a UGT com esse dinheiro, para além do apoio a todas as medidas do Governo quanto às alterações das leis laborais, às isenções fiscais para os patrões e ao reforço da concentração dos grandes grupos económicos», perguntam os eleitos unitários.


«Avante!» Nº 1340 - 5.Agosto.1999