Promessas
e ameaças
A administração da Têxtil Manuel Gonçalves «insiste, ilegalmente, em só conceder aos seus trabalhadores um período de férias de 10 dias úteis, ao mesmo tempo que obriga trabalhadores a trabalharem 48 horas por semana, de segunda a sábado, em substituição dos que estão em férias», denunciou na semana passada a União dos Sindicatos de Braga.
Num levantamento de
casos de violação de direitos dos trabalhadores no distrito, a
USB/CGTP afirma que também a Coelima «decidiu
"conceder" um período de férias de 10 dias úteis».
Ambas as empresas agem como se tivesse sido aprovado o projecto
que o PS e o Governo fizeram entrar no Parlamento e que,
mascarado com a possibilidade de o período de férias aumentar
para 24 dias úteis, iria efectivamente contribuir para a sua
redução, até ao mínimo de 10 dias úteis, já que o gozo de
férias ficaria dependente dos índices de assiduidade.
Por entre as críticas artificiais com que o PSD se quer agora travestir
de oposição, desvenda-se um conteúdo idêntico. No muito
badalado «livro das promessas», por exemplo, Durão
Barroso não se insurge contra o facto de António Guterres não
obrigar empresas como a TMG e a Coelima a respeitarem a lei. O
que preocupa o líder de serviço no PSD é o facto de o PS ter
prometido «promover a revisão da legislação do trabalho»,
mas «as leis mais importantes neste domínio, embora polémicas
designadamente sobre férias, feriados e faltas
não foram aprovadas».