PCP propõe
Esta iniciativa legislativa surge na sequência de uma recente tomada de
posição do Sindicato dos Professores da Região Centro em que denuncia a discriminação
de que são alvo as docentes que se encontram grávidas em consequência de uma
interpretação restritiva do Ministério da Educação sobre o quadro legal vigente.
Trata-se, concretamente, de uma orientação da tutela transmitida aos serviços por
circular, segundo a qual deveriam ser encaradas como situação de doença as ausências
ao serviço dadas pelas docentes em resultado de uma gravidez de risco não motivada por
factores relacionados com a actividade e condições de trabalho.
No entendimento absurdo do Ministério estariam, assim, nesta situação, por exemplo,
como assinala a nota preambular do diploma do PCP, as trabalhadoras que, necessitando de
longas deslocações para acesso ao estabelecimento de ensino, colocassem o naciturno em
situação de risco com tais deslocações.
Ora, na prática, como alertou o Sindicato dos Professores da Zona Centro, isto significa
que o Ministério reduz praticamente a «zero» o universo de professores a abranger pela
Lei que protege a maternidade e a paternidade, porquanto, lembra, a esmagadora maioria dos
casos não surgem directamente associados ao exercício profissional da docência, mas sim
às «deslocações a que diariamente as professoras são sujeitas, à própria
necessidade de repouso absoluto ou ainda a uma eventual necessidade de intervenção
médica de urgência que não está acessível na maior parte das localidades
portuguesas».
Não é difícil imaginar, pois, as graves consequências que recaem sobre as docentes
grávidas em resultado desta interpretação abusiva do Ministério da Educação. Estão
neste caso, entre outras situações gravosas - que o PCP com o seu diploma quer impedir -
a perda do vencimento de exercício e a perda de tempo de serviço para efeitos de
progressão na carreira e para concursos.
Com o projecto de lei agora apresentado, trata-se, em suma, como consagra a legislação
sobre a maternidade e a paternidade, de garantir o não desempenho durante a gravidez em
período post parto de tarefas clinicamente desaconselhadas às grávidas, sem perda de
retribuição global ou de qualquer outro direito.
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Educação sexual nas escolas Foi aprovado pela Assembleia da República o projecto de lei do PCP que estipula um conjunto de medidas visando reforçar as garantias do direito à saúde reprodutiva. Para além dos seus subscritores, o diploma acolheu os votos favoráveis do PS e do PEV. O PSD absteve-se e o CDS/PP votou contra.