Administração Local exige suplemento de risco
Governo atrasa regulamentação


Cerca de meio milhar de activistas sindicais dos dois sindicatos mais representativos da administração local, STAL e STML, reuniram-se em plenário na passada sexta-feira na Casa do Alentejo, em Lisboa para protestar contra o «vergonhoso atraso» do Governo na aplicação do suplemento de risco.

Depois do plenário, os activistas do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e o Sindicato do Município de Lisboa desfilaram pelas ruas da capital até ao Largo do Caldas onde se encontra o Ministério do Equipamento, Planeamento e Administração do Território. Na acção juntaram-se ainda trabalhadores do Município de Lisboa que naquele dia cumpriam uma greve decretada pelo seu sindicato afim de exigirem da autarquia o pagamento dos retroactivos relativos à revisão do regime de carreiras.
O plenário aprovou uma moção, que foi entregue no Ministério, onde é se faz o historial do Suplemento de Risco, previsto na Lei desde 1989, quando foi aplicado o Novo Sistema Retributivo na Administração Pública.
Contudo, o governo PSD nunca o aplicou e é só em Janeiro de o1996 que o novo Governo PS assume o compromisso de proceder à sua regulamentação no prazo de seis meses, no âmbito do Acordo de subscreveu com os sindicatos.
Tal como sucedeu a outros pontos do Acordo/96, o prazo não foi respeitado, tendo o Governo entregue apenas no final desse ano um projecto de lei, que os sindicatos rejeitam por não resolver o problema.
O diploma acaba por ser publicado com data de 11 de Março 1998, curiosamente na véspera de uma Conferência promovida pelo STAL e STML sobre o Suplemento de Risco, estabelecendo um prazo de 150 dias para a sua regulamentação final, ou seja até 29 de Agosto do mesmo ano. Desde essa data até hoje, o Governo ainda fez uma tentativa de remeter para as câmaras a definição dos critérios de aplicação do suplemento, liminarmente recusada pelos Sindicatos.
Com duas jornadas já marcadas, para 25 de Março e 9 de Abril, STAL e STML estão dispostos a avançar para formas de luta mais radicais para exigir uma proposta a resolução definitiva do problema.


«Avante!» Nº 1320 - 18.Março.1999