Acessibilidades na AMP
No decurso destes encontros - que visaram fundamentalmente a questão do
Metro, o convénio com Espanha sobre a água e a questão das acessibilidades -, a
delegação do PCP constatou atrasos na concretização de alguns projectos por força de
«bloqueios e reticências» por parte do Governo.
É o que se passa em relação ao Metro - cuja concessão, na opinião do PCP, deve
contemplar, desde já, a linha para a cidade de Gondomar, os adequados meios financeiros e
a salvaguarda dos direitos e regalias dos trabalhadores da CP e da REFER que vão ser
transferidos para a empresa Metro do Porto -, mas também nas acessibilidades, onde os
atrasos são «inaceitáveis».
Assim, é necessário que o Governo concretize rapidamente algumas vias fundamentais já
com projectos definitivos, designadamente a paralela à Av. da República, em Vila Nova de
Gaia, a via Nordeste e o troço da Via Rápida Porto-Gondomar.
Quanto ao convénio com Espanha, de cujo processo as Câmaras da Área Metropolitana
«foram muito afastadas», o PCP está preocupado com a forma como estão a ser
constituídas as empresas, quer para os aterros, quer para a captação e gestão da
água. Em sua opinião, o facto de as Câmaras, por imposição do Governo, terem nestas
empresas capital minoritário pode indiciar a sua privatização e a perda da «lógica de
serviço público».
Por fim, o PCP, que teve ainda a oportunidade de contactar a Direcção do TEP, considera
incompreensível que o Ministério da Cultura, de forma «persecutória e arbitrária»
negue a esta companhia de teatro - com um «projecto válido» e uma «tradição cultural
insubstituível» - o apoio necessário.
Mais «chocante», porém, é, para os comunistas, a «indiferença» com que a Câmara do
Porto está a conduzir um processo que pode levar à destruição do TEP.
Assim vai a saúde
Dentro ainda deste quadro, a Organização do Porto promoveu uma visita
aos Centros de Saúde de S. Pedro da Cova e de Gondomar (S. Cosme).
Sobretudo em relação às instalações do Centro de Saúde de Gondomar (S. Cosme) - a
funcionar provisoriamente há 17 anos -, o PCP constatou e insuficiência das suas
instalações e o reduzido número de médicos, enfermeiros e pessoal administrativo que
existe para uma população de 26 000 utentes.
Há cerca de seis anos, foi construído um edifício de raíz no Lugar de Valchão para a
instalação deste centro mas, apesar dos 80 mil contos então gastos, ele nunca chegou a
abrir as portas, encontrando-se abandonado e à mercê de actos de vandalismo.
A Coordenadora da Sub-Região de Saúde do Porto diz que o edifício vai ser recuperado
até ao fim do ano, estando para o efeito já orçamentados 70 mil contos. Falta, agora,
que a Câmara de Gondomar construa acessos capazes e crie uma nova carreira de transportes
públicos, diz o PCP em conferência de Imprensa, com a participação de Pimenta Dias,
deputado à Assembleia da República, e José Alves, deputadona Assembleia Municipal de
Gondomar.
Nesta área foram, ainda, constatadas outras carências, como a falta de Centros de Saúde
em Baguim do Monte e em Jovim ou a más condições em que se processa o atendimento nos
Centros da Foz do Sousa, de Rio Tinto ou Valbom.
Assim, e sendo conhecido que a Câmara Municipal de Gondomar está disposta a ceder
terrenos destinados a centros de saúde, é urgente - dizem os comunistas - que o
Primeiro-Ministro e a ministra da Saúde «ganhem vontade política» para desbloquear os
investimentos necessários à sua construção e aumentem o número de profissionais de
saúde (12% dos gondomarenses não têm médico de família). Entretanto, é bom que
rapidamente também se convençam sobre a necessidade de um hospital de primeira linha,
num concelho onde já residem 170 mil pessoas.