Campanha Nacional de Fundos
Vontade e imaginação
não devem ter limites


A Campanha Nacional de Fundos, depois de uma primeira fase de discussão, planificação e organização começa a traduzir-se em acções concretas e resultados estimulantes, ainda que o ritmo com que se desenvolve não seja o mesmo em todas as organizações.

A Organização Regional de Lisboa, por exemplo, pelo facto de, até 30 de Janeiro, ter estado envolvida na realização da sua 4ª Assembleia, sofreu atrasos no arranque da campanha, ainda que esse atraso se tenha traduzido pela definição de medidas para uma maior ligação ao Partido e aos trabalhadores.
António Cordeiro, responsável de Fundos da ORL, César Roussado, da Cidade de Lisboa, e José Salsa, do Sector de Empresas de Vila Franca, com quem o «Avante!» falou sobre o andamento da campanha no distrito, consideram, aliás, que é aos trabalhadores, que tanto precisam do PCP, que o Partido deve preferencialmente pedir os meios financeiros necessários a uma sua maior e melhor intervenção.
Mas a ORL, a par de uma meta arrojada - 85.000 contos - tem um Orçamento elevado e receitas que não podem ser prejudicadas pela campanha em curso. Assim, «para além da estrutura tradicional de fundos, há que criar estruturas, comissões ou pequenos colectivos» para acompanhamento da campanha. E integrar a campanha em todas as iniciativas do Partido e acções de massas.
Os camaradas crêem, entretanto, que a meta pode ser atingida e ultrapassada. Falta apenas um pequeno «safanão».
Uma carta/apelo, recentemente endereçada a militantes e amigos do PCP, por exemplo, permitiu já a entrada directa de 700 contos, sabendo-se que há ainda contribuições a serem entregues. Estão previstas excursões a vários locais do País, almoços, convívios, «matanças de porco», um azulejo artístico, comemorativo dos 25 anos do 25 de Abril, rifas de obras artísticas, uma exposição/venda de obras de arte do Sector Intelectual ou ...«cartões instantâneos» (tipo raspadinha).
Iniciativa original é a que em 5 de Junho se realizará no Salão do CT Vitória: uma sessão de corte de cabelo, com a participação de vários cabeleireiros de nomeada. Outra, a edição de um «cartão-prestígio».
Aliás, para estes camaradas, a criatividade é um factor determinante para a angariação de fundos. É importante, dizem, «não colocar limites à vontade e à imaginação».
A definição de quem, pelas próprias características, deverá proceder às «abordagens» - que não devem ser apenas dirigidas para dentro do Partido - é um outro aspecto importante, assim como «o não se partir do pressuposto de que o não está garantido».
Um exemplo positivo foi o de um camarada cantoneiro de limpeza da CML que levou uma lista de fundos para o seu local de trabalho para a qual, com surpresa do próprio, todos os trabalhadores contribuiram.
O balanço mensal do que está feito e o estabelecimento de metas individuais podem também servir de estímulo aos camaradas com mais dificuldades na tarefa.
Das iniciativas da campanha, o momento alto vai ser, contudo, a jornada nacional que se vai realizar entre 26 e 29 de Março, levando o Partido para a rua de «cabeça erguida». Durante todo o dia 26, a Baixa de Lisboa vai ter bancas, animação com música, distribuição de materiais, bandeiras e caixas para recolha de dinheiro, o mesmo acontecendo em vários locais da cidade.
Por fim, é de sublinhar a importância da discussão colectiva - não «despejar» apenas os materiais - e da responsabilização individual. Ou seja, de todos os militantes, independentemente das tarefas ou funções que desempenhem, estarem envolvidos na campanha e assumir os seus próprios compromissos. Para além de trazerem sempre na algibeira os materiais da campanha para qualquer contacto ou encontro inesperado...

Porto

Também no Porto, a Campanha de Fundos é alvo de debate. Ainda recentemente, uma importante reunião de quadros ligados a tarefas de fundos na ORP, que teve a presença de Emídio Ribeiro, membro da Comissão Política, analisou o assunto, concluindo que a discussão da campanha já chegou às principais organizações que terão já decidido as suas próprias metas.
Durante a reunião, que decorreu de forma viva e animada, entre os vários exemplos concretos que surgiram, mereceu referência especial o caso da Organizãção de Cedofeita que, em meia dúzia de dias, recolheu 80 contos.
A necessidade de imprimir uma nova dinâmica à campanha - que não deverá ser feita de forma «envergonhada» -, a criação de grupos de trabalho para o efeito e o estudo da criação de um «troféu de campanha», foram outras questões analisadas.


«Avante!» Nº 1320 - 18.Março.1999