Acção Nacional de Esclarecimento
A Acção Nacional de Esclarecimento promovida pelo PCP arrancou na segunda-feira e prolonga-se até 28 de Março. Esta iniciativa visa alertar os portugueses para o agravamento dos grandes problemas sociais e para o perigo de concretização das alterações à legislação laboral agora agendadas pelo Governo.
A exemplo do que aconteceu em Maio, quando
da apreciação pública das propostas do Governo de trabalho a tempo parcial e do lay
off, esta acção do PCP vai permitir às organizações do Partido, em todos os
distritos e regiões autónomas, contactar dezenas de empresas e milhares de trabalhadores
e, através de uma programação intensa e diversificada, chegar a locais e sectores que
diariamente têm dificuldade de tocar.
Assim, sob o lema «Mais respeito por quem Trabalha!», centenas de militantes do PCP,
durante duas semanas, estarão na rua, junto de fábricas, empresas, terminais de
transportes, centros comerciais e outros locais de grande concentração de pessoas,
distribuindo propaganda, realizando sessões ou mini-comícios à porta das empresas,
esclarecendo e denunciando a política que o Governo PS está a praticar, não só a
nível laboral mas também no plano dos impostos, dos preços, da segurança, da qualidade
do emprego e dos salários.
Durante estes dias, junto das empresas e das populações estarão também destacados
dirigentes e deputados do PCP e alguns candidatos da CDU, como a cabeça-de-lista ao
Parlamento Europeu, Ilda Figueiredo, que participará, designadamente, na acção que
decorrerá, no Porto, no dia 22 de Março, com encerramento no Bolhão.
Iniciativas, aliás, que se repetem um pouco por todo o País. Na terça-feira passada,
por exemplo, Jerónimo de Sousa, membro da Comissão Política do PCP, participou em
Coimbra na entrega de documentos e contactos com os trabalhadores da Cerâmica CERES,
enquanto Octávio Teixeira, também membro da Comissão Política, participará amanhã em
Lisboa numa acção de esclarecimento junto dos trabalhadores da EDP, da Portugal-Telecom
e da EPAL.
Dentre os materiais de suporte a esta grande acção do PCP consta um folheto através do
qual os comunistas informam os trabalhadores sobre as iniciativas que têm tomado aos
vários níveis institucionais e os resultados positivos com elas alcançados.
Foi graças à acção do PCP e à acção do movimento sindical que, por exemplo, os
trabalhadores ganharam a redução do horário de trabalho para as 40 horas semanais; foi
o PCP o primeiro a propor o Rendimento Mínimo Garantido; foi o PCP que defendeu na AR a
valorização das carreiras dos trabalhadores da Administração Central e Local e
apresentou medidas para fazer face ao grave problema dos acidentes de trabalho; ou, ainda,
que conseguiu que fossem aprovadas as propostas sobre impostos que permitem que, este ano,
750 mil portugueses de mais baixos rendimentos fiquem isentos de IRS e que cerca de dois
milhões descontem menos.
Foram, porém, as alterações à legislação laboral que o Governo pretende aprovar em
Março e Abril na Assembleia da República que mais terão pesado para a concretização
desta acção de esclarecimento do PCP.
De facto, as propostas em causa - sobre trabalho a tempo parcial, lay off, lei das
férias, conceito de retribuição, participação do patronato da elaboração da
legislação laboral, trabalho nocturno -, a serem aprovadas, significariam, pelos seus
conteúdos negativos, profundas alterações aos actuais conceitos de emprego,
retribuição, organização do tempo de trabalho e férias. Isto, para além da
descapitalização da Segurança Social e do desequilíbrio da correlação de forças no
quadro socio-laboral que implicariam.
Aproveitando esta acção, os comunistas vão ainda dizer aos trabalhadores que, hoje como
ontem, podem contar com o PCP na luta em defesa dos seus direitos mas, simultaneamente,
que também o PCP conta com eles. Ou seja, que está nas suas mãos dar mais força à
exigência de uma política de esquerda. Que, para imprimir um novo rumo à política
governamental, é condição necessária que os trabalhadores votem no PCP.
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Trabalhadores dizem NÃO! Também a CGTP-IN, face à intenção do Governo de avançar com as propostas mais gravosas de alteração da legislação laboral, promove, no dia 25 de Março, uma acção nacional de luta que constará de uma concentração nos Restauradores, às 15 horas, seguida de um desfile para a Assembleia da República.«Avante!» Nº 1320 - 18.Março.1999