Avanteatro é lugar de destaque
na Festa do Avante!

«O Teatro é uma arma?»

Em­bora não conste dos di­ci­o­ná­rios, em 1986 criou-se uma nova pa­lavra, uma pa­lavra única: Avan­te­atro, que re­sulta da fusão entre Te­atro e Festa, Festa – a do Avante! – e Te­atro. Desde 1986, quase inin­ter­rup­ta­mente, há Te­atro na Festa do Avante!, afir­mando-se pro­gres­si­va­mente como um lugar de des­taque no con­junto da sua pro­gra­mação. Te­atro para todas as idades, de todos os gé­neros e fei­tios, e para todos os gostos.
Mas não há só Te­atro, há também Ci­nema, Po­esia e Mú­sica, Dança e Bai­lado – É assim o Avan­te­atro, com uma equipa com­posta por Ma­nuel Men­donça, Pedro Maia, Pedro Pina, An­dreia Padre, Ar­mando Cor­reia, Cláudia Dias, Ca­ro­lina Do­min­guez e Jo­a­quim An­drés.

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Nos 40 anos da Re­vo­lução de Abril, o Avan­te­atro dá re­levo a uma com­pa­nhia his­tó­rica do Te­atro por­tu­guês, «A Bar­raca», e com ela a todas as com­pa­nhias que fazem parte do nosso ima­gi­nário co­lec­tivo.
Neste es­paço não po­deria deixar de se mos­trar um pouco do muito que ainda se vai fa­zendo pelo País no Te­atro, na Dança, na Mú­sica e no Ci­nema Do­cu­mental. Para além de «A Bar­raca», com quatro es­pec­tá­culos, sobem ao palco a 33Ânimos (Lisboa), a TE­a­tro­en­saio (Porto), a TAS (Se­túbal), a Com­pa­nhia de Te­atro do Al­garve (Faro), a Lua Cheia – Te­atro para Todos (Lisboa), a Ma­falda Santos e André Levy, a PIA – Pro­jectos de In­ter­venção Ar­tís­tica (Pi­nhal Novo) e a Cláudia Dias (Al­mada). Grande des­taque terá ainda o pro­jecto de Pablo Fi­dalgo (Ga­liza), um do­cu­men­tário de Sérgio Tré­faut e três es­pec­tá­culos de mú­sica, que ha­bi­tu­al­mente en­cerram o Avan­te­atro.
De as­si­nalar e de grande im­por­tância é também o de­bate «O Te­atro é uma arma?», num mo­mento em que se con­tinua, de ano para ano, a as­sistir ao en­fra­que­ci­mento e à des­truição de com­pa­nhias, à des­truição de es­tru­turas de pro­dução te­a­tral, le­vada a cabo pelos su­ces­sivos go­vernos que tentam impor uma po­lí­tica ne­o­li­beral para o te­atro, ba­se­ando-se numa visão eco­no­mi­cista, ele­vando a arte e o te­atro à con­dição de um mero pro­duto eco­nó­mico tran­sa­ci­o­nável e lu­cra­tivo.

«Morte sú­bita»

A «33 Ânimos» apre­senta no Avan­te­atro a peça «Morte sú­bita», um texto de Ri­cardo Ca­baça, que é também res­pon­sável pela en­ce­nação.
«Morte Sú­bita» aborda, num mesmo tempo, as di­ta­duras de Por­tugal e do Brasil que mar­caram o sé­culo XX e co­loca-as lado a lado com os sis­temas po­lí­ticos ac­tuais. Uma re­flexão sobre o tempo em que vi­vemos, sobre o ca­minho que se­guimos e a li­ber­dade que nos re­serva um des­tino in­certo. Os es­tados de­mo­crá­ticos são cada vez mais au­to­ri­tá­rios e sem rosto, tantos são os ins­tru­mentos que re­forçam esse poder, entre os quais o re­curso à tor­tura em casos ex­tremos. O que nos leva a per­guntar: se a tor­tura é le­gi­ti­mada pelo poder, por que razão não po­derá a re­sis­tência ser le­gi­ti­mada pela jus­tiça?

«Arte de ser...Im­pre­cação a Tei­xeira de Pas­coaes»

Es­pec­tá­culo de co­me­mo­ração do 40.º ani­ver­sário do 25 de Abril, pro­du­zido pelo TE­a­tro­en­saio, «Arte de ser...Im­pre­cação a Tei­xeira de Pas­coaes» é um mo­nó­logo no qual a ac­triz Inês Gar­rido, através de um texto de Inês Leite, apre­senta uma im­pre­cação sa­tí­rica ao texto de Tei­xeira de Pas­coaes, «Arte de ser por­tu­guês», que ques­tiona a «su­pe­ri­o­ri­dade» ide­o­ló­gica da nossa cul­tura e iden­ti­dade, as­sentes sobre a ideia de «sau­dade», pro­posta numa época plena de con­tra­di­ções po­lí­ticas e ide­o­ló­gicas.
Ex­plo­rando múl­ti­plos pontos de con­tacto desses ecos no nosso quo­ti­diano, «Arte de Ser...» in­ter­roga o nosso tempo, co­me­mo­rando os avanços con­quis­tados com a re­vo­lução dos cravos e pro­pondo novas formas de olhar pos­sí­veis fu­turos.

«Cartas da guerra – D'este viver aqui neste papel des­cripto»

Com in­ter­pre­tação e con­cepção de Al­berto Qua­resma, «Cartas da guerra – D'este viver aqui neste papel des­cripto» ba­seia-se nas cartas que Lobo An­tunes es­creveu à mu­lher en­quanto es­teve des­ta­cado a com­bater na guerra co­lo­nial, em An­gola. São as cartas de um jovem mé­dico, es­critas entre Fe­ve­reiro de 1971 e início de 1973, com uma in­tensa von­tade de se tornar um es­critor e de se afirmar na li­te­ra­tura.
Em 1979 Lobo An­tunes pu­blica o seu pri­meiro livro «Me­mó­rias de ele­fante». Hoje é con­si­de­rado um dos me­lhores es­cri­tores por­tu­gueses, tendo sido dis­tin­guido com vá­rios pré­mios na­ci­o­nais e in­ter­na­ci­o­nais.
No Avan­te­atro, du­rante a lei­tura/​de­cla­mação das cartas serão pro­jec­tadas ima­gens que ilus­tram o de­correr dos acon­te­ci­mentos his­tó­ricos entre 1961, data do prin­cipio da guerra co­lo­nial, até ao 25 de Abril de 1974.

«Me­nino de sua avó»

Com um texto iné­dito de Ar­mando Nas­ci­mento Rosa e cri­ação de Maria do Céu Guerra e Adé­rito Lopes, tra­zido pela «A Bar­raca», «Me­nino de sua avó» é um dueto cé­nico entre Fer­nando Pessoa e a sua avó louca, através de sete en­con­tros onde o fan­tás­tico ganha a cena. Numa di­ver­tida fan­tasia, ma­te­rial e ima­te­rial, con­fundem-se, à ma­neira pes­soana, per­so­na­gens que se cruzam do lado de cá para o lado de lá da vida.

«Ca­valo manco não trota»

Aos es­pec­ta­dores do Avan­te­atro, a Com­pa­nhia de Te­atro do Al­garve apre­senta «Ca­valo manco não trota». Na peça, no mo­mento em que o juiz per­gunta se o réu se con­si­dera cul­pado ou ino­cente, Mi­guel Torres (in­ter­pre­tado por Luís Vi­cente) é re­me­tido, num ápice, para um tur­bi­lhão de me­mó­rias que co­meçam na in­fância, pre­ci­sa­mente aos oito anos, quando, pela pri­meira vez, lhe foi feita a mesma per­gunta, e ter­minam no mo­mento e na cir­cuns­tância em que agora se en­contra, vol­vidos quase qua­renta anos.
É o filme da sua vida que re­vi­sita em se­gundos na me­mória, mas que na nar­ra­tiva dura cerca de uma hora. Os con­flitos de in­fância, a fuga de casa dos pais, a ju­ven­tude de um es­tu­dante de ori­gens hu­mildes na uni­ver­si­dade e de­pois como ma­ri­nheiro, os amores im­pos­sí­veis e os amores des­truídos, o seu de­sem­penho como cons­trutor civil cor­rupto, a morte do filho. Tudo é con­vo­cado para um «ajuste de contas» pes­soal, a um tempo di­ver­tido, iró­nico e amargo.

«Marx na Baixa»

E se um homem bar­budo de há dois sé­culos, ves­tindo um fato e gra­vata, car­re­gando uma mala, talvez de li­vros, talvez de ideias, ater­rasse em Por­tugal? E se esse homem fosse Karl Marx, que, para rei­vin­dicar o di­reito a limpar o seu nome, veio cá abaixo, mais pro­pri­a­mente à Baixa?
A peça «Marx na Baixa» é a adap­tação para Por­tugal de «Marx in Soho», do his­to­ri­ador e dra­ma­turgo norte-ame­ri­cano Howard Zinn, e con­siste num mo­nó­logo do pró­prio Karl Marx (in­ter­pre­tado por André Levy), que, sob a forma de uma co­média, nos fala da sua vida sin­gular, da fi­lo­sofia mar­xista e do que se passa no Por­tugal dos nossos dias.

«O es­tado sal­vaxe. Es­panha 1939»

«O es­tado sal­vaxe. Es­panha 1939» é «uma per­for­mance criada de­pois de muitas con­versas com a minha avó», sendo que «ela é a única ac­triz na peça», des­creve Pablo Fi­dalgo Lareo. Através de ima­gens «super 8» (for­mato ci­ne­ma­to­grá­fico) gra­vadas pelo seu avô, entre os anos 50 e 80, o cri­ador do texto re­es­creve a his­tória da sua fa­mília e, ao mesmo tempo, de Es­panha, desde a Guerra Civil até ao pre­sente.
«Este é o tes­te­munho de uma mu­lher que passou muito tempo em si­lêncio e que tem um grande de­sejo de falar, muito a es­cla­recer, tanto para re­parar. Trata-se, acima de tudo, de um acto de amor lú­dico e ex­tremo», ex­plica Pablo Fi­dalgo Lareo, dando conta que, numa carta, di­ri­gida às suas netas, a sua avó «tece a sua bi­o­grafia, ques­ti­o­nando o seu pas­sado, o seu pre­sente e o seu fu­turo, num exer­cício de ho­nes­ti­dade brutal que lança luz sobre o que sig­ni­fica estar vivo hoje».

«A es­trela de seis pontas»

Para o Te­atro de Ani­mação de Se­túbal (TAS), as co­me­mo­ra­ções do cen­te­nário do nas­ci­mento de Álvaro Cu­nhal, que ti­veram lugar em 2013, e do qua­dra­gé­simo ani­ver­sário da Re­vo­lução de Abril, que de­correm até ao final deste ano, im­pul­si­o­naram a «mon­tagem» de «A es­trela de seis pontas», obra li­te­rária que o his­tó­rico di­ri­gente do PCP as­sinou como Ma­nuel Tiago e que agora vai estar no Avan­te­atro.
Neste pe­queno e in­ti­mista es­pec­tá­culo evoca-se a vida de Álvaro Cu­nhal en­quanto preso po­lí­tico e a sua fuga do Forte de Pe­niche. «Um preso po­lí­tico con­vive e abraça os an­seios e as lutas de muitos ou­tros pre­si­diá­rios ali fe­chados por crimes de de­lito comum, afas­tados de uma pro­funda razão de estar preso e sentir em ab­so­luta cons­ci­ência a perda da li­ber­dade, de­fender ou­tras ideias e com­bater com razão ou­tros va­lores hu­manos e so­ciais. 
A di­mensão hu­mana, do pre­si­diário, foi sendo trans­for­mada através de vá­rios per­so­na­gens e epi­só­dios/​si­tu­a­ções pon­tuais, o re­lato de vida na prisão nos anos de 1940-50 e da re­sis­tência dos co­mu­nistas à di­ta­dura de Sa­lazar e Mar­celo Ca­e­tano, das pri­sões po­lí­ticas e das per­se­gui­ções da PIDE/​DGS», lê-se na si­nopse da peça.

«Fernão Mentes?»

«A Bar­raca» apre­senta no Avan­te­atro «Fernão Mentes?» - ver­da­deiro mo­nu­mento da li­te­ra­tura uni­versal que ainda poucos por­tu­gueses co­nhecem, que re­lata a per­so­na­li­dade e a vi­vência do autor.
As pe­ri­pé­cias porque passou esse «pobre» por­tu­guês têm pouco de gran­di­loquência, gló­rias guer­reiras ou sa­ni­dade exem­plar. Mas têm tudo de ver­dade, têm tudo da vida. Os medos, as ri­quezas sú­bitas, a as­túcia, a mi­séria, a des­graça, a au­dácia, o «safar a pele», a in­te­li­gência, a so­li­da­ri­e­dade, e, acima de tudo, um final de vida tran­quilo que per­mite olhar para trás sem re­morsos nem ar­re­pen­di­mentos e trans­forma Fernão Mendes Pinto no arqué­tipo do homem do povo da grande gesta dos des­co­bri­mentos, da ar­raia miúda, que cons­truiu o País que somos, que foi co­lo­ni­a­lista e ra­cista, sen­sível e hu­milde, glo­riosa e ras­teira.
O homem di­vi­dido é um homem de olhos abertos pe­rante a vida. O homem que tem ca­pa­ci­dade para se in­ter­rogar, que se con­fronta com as suas fra­quezas e se or­gulha das coisas boas que faz. Um pouco de nós todos, não é?

«Hoje é o dia... Ex­certos da vida de um es­fo­meado»

O mo­nó­logo «Hoje é o dia... Ex­certos da vida de um es­fo­meado», texto iné­dito de Pedro Mota, tra­zido por «A Bar­raca», apre­senta-nos um homem em crise, que, do seu es­tado de ne­ces­si­dade, fí­sica, emo­ci­onal, psi­co­ló­gica e so­cial, nasce a von­tade ine­lu­tável de tomar o des­tino nas pró­prias mãos.
Actor ou per­so­nagem, ad­vo­gado ou louco, as­sas­sino ou ví­tima, herói ou cri­mi­noso, co­ra­joso ou de­sem­pe­rado, o homem con­fessa pe­rante um pú­blico, que acre­dita ser o seu juiz, o crime que acaba de co­meter contra aquele que afirma ter sido du­rante anos o seu cli­ente. Após o brutal as­sas­si­nato de um homem cujo im­pério ajudou a cons­truir, o homem não sabe se quer apenas ser preso e des­cansar ou trans­formar o mundo.

«Cir­cu­mam­bu­lação»

Com «Cir­cu­mam­bu­lação» a arte sai à rua na Festa do Avante!. Trata-se de uma per­for­mance, de­sen­vol­vida pelos Pro­jectos de In­ter­venção Ar­tís­tica CRL (PIA), ins­pi­rada no mo­vi­mento cí­clico, parte in­te­grante de quase todos os fe­nó­menos que nos ro­deiam, na na­tu­reza, nos ri­tuais hu­manos, na mú­sica, no passar do tempo, no ciclo da vida, na Terra.
Este pro­jecto de arte pú­blica, cuja cri­ação, ao nível da con­cepção plás­tica, ini­ciou-se em Macau, em 2013, nas co­me­mo­ra­ções do 14.º ani­ver­sário da en­trega de Macau à China, tem agora con­ti­nui­dade em Por­tugal, com a equipa de cri­a­tivos e ar­tistas da PIA a de­sen­volver a dra­ma­turgia e a com­po­sição co­re­o­grá­fica.

Pro­grama mul­ti­fa­ce­tado

O Avan­te­atro é também um es­paço onde pais e fi­lhos se podem juntar para ver «As aven­turas ma­ra­vi­lhosas de salta po­ci­nhas», uma his­tória de so­bre­vi­vência con­tada em har­monia com as leis da po­esia e da ci­ência na­tural, tra­zida pela «A Bar­raca». Na peça, uma ra­po­seta sai con­tra­feita do con­forto da toca dos seus pais e faz-se à vida. Pelo ca­minho en­contra te­xugos, ursos, lobos, mais ra­posas, e o te­mível bicho homem.
Os mais novos são ainda brin­dados com «Brinco de penas», da Lua Cheia, Te­atro para Todos, um es­pec­tá­culo de ma­ri­o­netas e imagem ani­mada, que nos conta a his­tória do Pé-de-Atleta, um pe­queno índio que, ao pas­sear tran­qui­la­mente em terras da Águia Tonta, se de­para com o cair ines­pe­rado de seis co­lo­ridas penas de ave. De onde terão vindo? O que irá fazer com elas e será que têm algum sig­ni­fi­cado es­pe­cial? Um mis­tério des­ven­dado na Festa do Avante!.

Li­ber­dade mu­sical

Na mú­sica, André Santos (gui­tarra e di­recção mu­sical), Cris­tiano de Sousa (voz), Ra­quel Mer­relho (vi­o­lon­celo), Dina Her­nadez (flauta trans­versal), Óscar Torres (con­tra­baixo) e Marco Fer­nandes (per­cus­sões) apre­sentam o es­pec­tá­culo «Ary dos Santos», no ano em que marca o 30.º ani­ver­sário da par­tida de José Carlos Ary dos Santos, o poeta da re­vo­lução.
Por seu lado, Ro­berto Afonso e Pa­trícia Relvas formam «La­voi­sier», um pro­jecto mu­sical que nasce com a ne­ces­si­dade de criar um diá­logo, onde a ex­pressão mu­sical é ele­vada ao seu ex­po­ente mais sen­sível. A for­mação co­meçou a sua jor­nada rumo a uma maior per­cepção da es­sência mu­sical, vi­si­tando inú­meras ideias, pes­soas e mú­sicas, e a atenção que umas sus­citam em re­lação a ou­tras. Foi em Berlim, onde re­si­diam desde 2008 e de onde re­gres­saram re­cen­te­mente, do «lado de fora», que con­se­guiram ver o que nunca antes ti­nham con­se­guido ver e en­tender «do lado de dentro», e assim per­ceber que o ca­minho do pro­jecto pas­saria so­bre­tudo pela mú­sica can­tada na língua de origem, em por­tu­guês.
Com um ine­vi­tável sau­do­sismo apren­deram a va­lo­rizar a mú­sica po­pular por­tu­guesa, como diria Fer­nando Lopes Graça: «A mú­sica po­pular por­tu­guesa é bela, di­fícil é re­co­nhecê-lo». O nome La­voi­sier foi es­co­lhido pela du­a­li­dade li­ber­dade/​res­pon­sa­bi­li­dade ine­rente à sua cé­lebre frase: «Na Na­tu­reza nada se perde, nada se cria, tudo se trans­forma».
«Da Ga­langs» são um grupo de ve­lhos amigos (Ma­nuel André – te­clas, Fred Oli­veira – ba­teria, Tiago Neu­parth – gui­tarra, Fred Mun­guambe – voz, André S. – baixo), unidos também pelo gosto dos ritmos ja­mai­canos, de­ci­diram-se juntar-se e dar forma a este pro­jecto que agora passa pelo Avan­te­atro. Cada um deles já pos­suía um his­to­rial pró­prio dentro do es­pectro do Re­gaee na­ci­onal (20PÁS8, Poor Man Style, Na­ture, Freddy Locks and Groove Mis­sions, Gras­s­pop­pers, Dread Natta, YAGUM Pro­ject e uma va­ri­a­dís­sima pa­lete de Sound Sys­tems que in­cen­diava o dan­cehall por onde pas­savam).
Esta vi­vência foi o fer­mento que fez o pro­jecto Da Ga­langs ir le­ve­dando em es­túdio, re­vi­vendo his­tó­rias e ex­pe­ri­ên­cias; pol­vi­lhando os en­saios de gar­ga­lhadas cúm­plices entre ba­tidas; e com sor­risos re­beldes en­quanto se cons­truía e ter­mi­nava mais uma mú­sica.

Re­vo­lução em do­cu­men­tário

Neste es­paço pas­sará ainda o do­cu­men­tário «Outro país», de Sérgio Tré­faut, com Glauber Rocha, Ro­bert Kramer, Thomas Harlan e Se­bas­tião Sal­gado. Nele, a re­vo­lução por­tu­guesa (1974/​75) é vista através dos olhares de al­guns dos mais im­por­tantes fo­tó­grafos e ci­ne­as­tras que tes­te­mu­nharam o pe­ríodo. Quais eram os seus so­nhos e ex­pec­ta­tivas? O que ficou do sonho da re­vo­lução? Um do­cu­men­tário que reúne ar­quivos his­tó­ricos ex­cep­ci­o­nais. 

Dança po­lí­tica e de in­ter­venção

«Von­tade de ter von­tade» foi no­meado para o prémio de Me­lhor Co­re­o­grafia 2012 pela So­ci­e­dade Por­tu­guesa de Au­tores e con­si­de­rado pelos jor­nais Ex­presso e Pú­blico, res­pec­ti­va­mente, como o quarto e ter­ceiro me­lhor es­pec­tá­culo de 2012 na área da dança.
Na mais re­cente cri­ação de Cláudia Dias co­a­bitam as di­men­sões in­di­vi­dual, co­lec­tiva, pes­soal e his­tó­rica. O seu olhar sobre o mo­mento que vi­vemos na Eu­ropa e no mundo evi­dencia as re­la­ções entre o Norte e o Sul, entre o co­lo­ni­zador e o co­lo­ni­zado, entre o cen­tral e o pe­ri­fé­rico. Trata-se também de um ma­ni­festo contra a ine­vi­ta­bi­li­dade: dança po­lí­tica e de in­ter­venção. A peça fala do «estar aqui», em Por­tugal, o canto do canto da Eu­ropa de Sul.




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