Greve geral é para todos
Nos dias que correm, até começar a greve geral, todas as horas contam para esclarecer, mobilizar e organizar uma luta que precisa ganhar a adesão de todos aqueles que são atingidos pela acção do Governo, pela política que este prossegue e pelas medidas que ameaça aplicar nos próximos tempos.
É preciso parar, para mudar o rumo do País
O sucesso da greve geral constrói-se em muitas centenas de plenários nas empresas e serviços, em inúmeras iniciativas informais de informação e agitação, em muitas mais conversas no trabalho e nos círculos de amigos, com o esforço de dirigentes e delegados sindicais, de membros de comissões de trabalhadores e de todos os que estão cientes da necessidade de intensificar a luta, contra uma ofensiva que é cada vez mais feroz.
Quando a CGTP-IN decidiu convocar greve geral para 27 de Junho, indicou a situação do País e os resultados da acção do Governo para justificar a marcação do dia em que todos os trabalhadores podem afirmar, a uma só voz: Basta de exploração e empobrecimento! Governo, rua! Por uma mudança de política, por uma mudança de Governo, por eleições antecipadas, por um Portugal com futuro.
Nos dias decorridos desde 31 de Maio, quando o Conselho Nacional da CGTP-IN aprovou unanimemente a convocação da greve geral, cada hora veio acrescentar novas razões para que os trabalhadores façam greve e para que os reformados, os desempregados e outras camadas da população demonstrem o seu apoio aos objectivos da luta – uma boa forma de o fazerem será integrarem-se nas manifestações que vão ter lugar em dezenas de localidades, por todo o País, na próxima quinta-feira.
Ainda na semana passada, o relatório divulgado pelo FMI sobre a «sétima avaliação» e as medidas futuras, trouxe a lume uma nova ofensiva contra os trabalhadores, aprofundando políticas que estão a condenar o País a uma morte lenta, como comentou Arménio Carlos. Em conferência de imprensa, dia 14, o Secretário-geral da CGTP-IN condenou a aceleração dos cortes na despesa do Estado e novas medidas contra os trabalhadores. A central reforçou o apelo à luta e à participação na greve geral, dia 27.
Dos motivos gerais e da sua expressão concreta, em cada sector e empresa e na vida de cada trabalhador, mas também da organização da greve e da constituição dos piquetes, vai-se falar nos mais de 400 plenários que vão ser realizados no distrito de Setúbal. Em dois deles, esta tarde, na Lisnave e na Petrogal (Sines), participa Arménio Carlos, que tinha presença anunciada, de manhã, na Águas de Mafra – um dos mais de 60 plenários agendados pelo STAL no distrito de Lisboa.
A preparação da greve geral, com base nos problemas para que os trabalhadores exigem solução, a partir de uma mudança de política e de Governo, permite ainda reforçar a unidade na acção. No sector de transportes e comunicações, revelou a Fectrans, são já 43 as organizações representativas dos trabalhadores (sindicatos e CT) que subscreveram a declaração conjunta de apoio à greve geral, aprovada dia 7.
Os motivos específicos ou, dos gerais, os mais sentidos em cada sector reflectem-se nos pré-avisos de greve que federações e sindicatos têm vindo a apresentar para 27 de Junho. Esta é a importância maior da sua apresentação, uma vez que o pré-aviso entregue no dia 7 pela CGTP-IN permite que possa fazer greve qualquer trabalhador, seja qual for a sua empresa ou sector, o vínculo laboral ou a filiação sindical (e mesmo sem estar sindicalizado). Razões justas não faltam e cada dia elas são mais.