Marcar a diferença na governação
Centenas de pessoas participaram, sexta-feira, na sessão pública de apresentação de João Ferreira como o cabeça de lista da CDU à Câmara de Lisboa, que prometeu transformar a «vontade de mudança em projecto» e «o projecto em obra».
O povo português sabe que pode contar com a CDU
Esta iniciativa, que decorreu no Auditório Camões, contou com a presença de Ruben de Carvalho, mandatário da CDU em Lisboa, e de Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP, que, na sua intervenção, salientou que aquele acto de apresentação do primeiro candidato da CDU à Câmara de Lisboa «marca um primeiro momento de intervenção, que será, simultaneamente, de confirmação, reafirmação e compromisso com a cidade de Lisboa, o seu povo, a sua história, tradição e cultura».
«Confirmação de um percurso de trabalho caracterizado pela coerência de um projecto, pelo rigor de uma visão da cidade alicerçada naquele insubstituível conhecimento que a proximidade aos problemas permite, pela assumpção sem hesitações ou tibiezas de uma clara postura de denúncia dos desmandos e atentados que ferem o inestimável património humano e cultural que cada bairro e Lisboa no seu conjunto possuem», afirmou.
Jerónimo de Sousa falou ainda das «legítimas inquietações ditadas por uma ofensiva que destrói a vida e o sonho de tantos que aqui vivem ou trabalham», nestes tempos «em que sobre o Poder Local se descarrega uma das mais intensas ofensivas com vista à sua descaracterização» e em que «pela própria mão da Câmara de Lisboa se destroem freguesias sacrificando identidades, tradições, vivências a pretexto de falsas racionalidades e critérios de escala».
As críticas do Secretário-geral do PCP estenderam-se, de igual forma, às «políticas de esvaziamento cultural», que «empobrecem a cidade, limitam a criação e impedem a fruição pelas populações dos bens culturais».
«Neste tempo de tanta incerteza, os trabalhadores e o povo de Lisboa têm na CDU e nos seus eleitos a voz mais decisiva para afirmar os seus direitos e fazer valer as suas aspirações», sublinhou, frisando que «nunca como hoje, a presença da CDU, o reforço dos seus eleitos, a expressão da sua influência associou de modo tão nítido o valor dessa presença, não apenas enquanto factor de realização de políticas locais, mas também enquanto condição de afirmação dos direitos dos trabalhadores e do povo, dos seus rendimentos e salários, das suas condições de vida».
«Nunca como hoje, o reforço dessa influência pode contribuir para inverter também o rumo de desastre nacional a que está a ser conduzido o País. Nunca como hoje, estas duas batalhas – a local e nacional – estiveram tão estreitamente ligadas», acrescentou Jerónimo de Sousa.
Lisboa empobreceu
Na sua intervenção, João Ferreira também falou do «desastre» para que foi arrastado o País, «o pior momento da nossa vida colectiva desde o 25 de Abril». Para ilustrar a situação, lembrou que «quase um milhão e meio de portugueses estão no desemprego», que «a pobreza atinge um quarto da população», que «milhares de crianças chegam à escola com fome», que «centenas de milhares de pessoas estão a ficar sem acesso a cuidados de saúde e muitas outras estão a sair do País todos os dias, em desespero» e que «dezenas de milhares de empresas encerraram».
Esta situação, referiu o candidato, «não parou à porta da cidade». «Lisboa empobreceu – nos planos económico, social e cultural. Degradaram-se os níveis de bem-estar, individual e colectivo. Os benefícios do viver social distribuem-se de forma crescentemente desigual. Lisboa é uma cidade injusta, que perdeu gente e envelheceu», lamentou, acusando o PS, o PSD e o CDS, no governo do País e da cidade de Lisboa, de serem os responsáveis pela situação.
«É por esta razão que as próximas eleições autárquicas poderão significar, em Lisboa, o fecho de um ciclo. Os lisboetas confrontam-se com uma opção entre mais do mesmo ou uma corajosa afirmação de um outro rumo», acentuou João Ferreira, frisando que a CDU «é a força capaz de marcar a diferença na governação da cidade».
A cidade desejada
A terminar, o candidato da CDU prometeu «recuperar e desenvolver a vocação produtiva da cidade», «definir políticas que facilitem o acesso à habitação», «defender os serviços públicos, como elementos centrais que são para o bem-estar e a qualidade de vida na cidade» e «combater e reverter a degradação do transporte público na cidade». São ainda eixos e linhas de trabalho, entre outros, «pôr em prática políticas sociais que promovam a inclusão social e o combate às desigualdades crescentes», «devolver políticas ambientais sustentáveis», «transformar Lisboa numa cidade de dimensão cultural qualificada, humanizada e solidária», «retomar uma política desportiva» e «concretizar uma política de dinamização com e para a juventude».