Razões de muitos milhões
«Contra o desemprego: seis milhões de razões. Por uma democracia participativa» – este foi o lema das manifestações realizadas no domingo, 10, em 60 cidades de Espanha.
Seis milhões sem trabalho em Espanha
Convocada pela Cimeira Social, plataforma que integra 150 organizações sindicais, políticas e sociais, a jornada de protesto teve o seu principal desfile em Madrid, encabeçado pelos secretários-gerais da CCOO, Ignacio Fernández Toxo, e da UGT, e Cándido Méndez, no qual marcou também presença o coordenador geral da Esquerda Unida, Cayo Lara.
Os manifestantes, que marcharam entre a Praça Neptuno e a Porta do Sol, repudiaram a corrupção, os cortes na Educação, Saúde e protecção social, reclamando a «regeneração da democracia».
«Nem dívida, nem cortes. Queremos eleições», «Governo anti-social perdeu legitimidade», «Vender o que é de todos é um crime social» eram algumas das palavras de ordem que se liam em placards e faixas dos manifestantes.
Chegados à principal praça da capital, os organizadores leram o manifesto da Cimeira Social, texto que denuncia a degradação dos direitos sociais e condena o desmantelamento dos serviços públicos.
O manifesto salienta a necessidade de fortalecer a democracia mediante uma reforma constitucional, com o objectivo de promover a autonomia local, a solidariedade e a coesão social.
Já no final, um porta-voz da Cimeira anunciou que cerca de 300 mil pessoas se manifestaram em toda a Espanha, das quais 66 mil na Catalunha, 50 mil em Madrid, 30 mil na comunidade Valenciana e vários milhares na Andaluzia, onde tiveram lugar concentrações nas principais cidades.
Importantes acções decorreram também em Castela La Mancha, em Castela e Leão, com realce para Valadolid. Milhares manifestaram-se ainda nas cidades de Pamplona (Navarra), Palma de Maiorca, Múrcia e Cartagena, Santander, Tenerife, Las Palmas, Gijon ou Saragoça, entre outras.